Espaços vazios de formação
as TIC entre intenções, tensões e práticas na formação inicial de professores
Palavras-chave:
Políticas Educativas, TIC, Formação Inicial de Professores, Educação BásicaResumo
O artigo tem como pressuposto a perspectiva de Dale (2001) de que as políticas lo- cais são versões adaptadas de outras políticas globais, e de que estes processos ocorrem num conjunto de influências e interdependências entre o global, o remoto e o local (BALL, 2001). O objetivo é analisar o papel das TIC na Formação Inicial de Professores (FIP) de Educação Básica em Portugal, no que diz respeito às influências das políticas internacionais e aos processos de recontextualização que ocorrem no contexto da prática. Neste sentido, responde às questões: O que diz a Agenda Global sobre as TIC e a Formação Inicial de Professores? Como ocorrem os processos de recontextualização destas políticas nos contextos da prática? O estudo baseia-se num paradigma interpretativo, de cariz qualitativo, cujos dados foram recolhidos através de entrevista semiestruturada ao diretor de um curso de FIP de uma instituição pública e também por análise de documentos orientadores de políticas europeias e portuguesas. Os resultados da análise do discurso das entrevistas e dos documentos indicam que, apesar do papel de destaque das TIC nos discursos políticos internacionais, a sua presença nos planos de estudo dos cursos de FIP portugueses é insuficiente. Foi evidenciada a presença de espaços vazios entre a formação com as TIC e os contextos de prática, justificado por tensões e constrangimentos relacionados com a reestruturação do ensino superior resultante do Processo de Bolonha, que obriga a uma distribuição dos créditos por áreas, não deixando espaço para uma formação para e com as TIC.