O transcendentalismo de Walt Whitman

autoexpressão, individualidade e humanidade

Resumo

Aborda-se o romantismo inglês que se desenvolveu a partir da obra Lyrical Ballads (Baladas Líricas), trabalho dos poetas William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge (1798), e o romantismo americano, que teve sua origem em mudanças histórico-sociais ocorridas com o reconhecimento de que uma nação é composta por todos aqueles que participam de sua construção. Esse movimento literário baseia-se na tolerância política e religiosa, o que é especialmente identificado no movimento Transcendentalista desse romantismo. Henry David Thoreau, defensor da autodescoberta/Self-Realization, Ralph Waldo Emerson, que defende a autossuficiência/Self-Reliance, e Walt Whitman, que encoraja a autoexpressão/Self-Expression, ideias-âncoras do movimento transcendentalista. Whitman se torna a voz da América com seu único trabalho poético Leaves of Grass/Folhas de Relva (1855). Entre os vários poemas que são parte dessa obra, Song of Myself traduz o pensamento transcendentalista de Walt Whitman, sua visão de mundo que o levara a desenvolver trabalho tão significativo, composto de versos livres, através dos quais Whitman celebra a si mesmo, sua humanidade e convoca todos os seres humanos a contribuírem com seus próprios projetos de vida – sua verdadeira expressão como indivíduos, a descobrirem seu próprio valor e o da sociedade da qual fazem parte. Dentre aqueles que foram mais a fundo nos inúmeros prováveis significados de Song of Myself, damos também destaque ao poema produzido por Fernando Pessoa, quando ele se utiliza de seu heterônimo Álvaro de Campos e produz Salute to Walt Whitman/Saudação a Walt Whitman (1915). Este trabalho tem como base teórica trabalhos de Harold Bloom (2006 – 2009), Edwin Haviland Miller (1989) e Edmund Burke (1999), entre outros.