Eleições presidenciais no Brasil em 2018
a mobilização das massas a partir de Jair Bolsonaro
Palavras-chave:
Psicanálise, Fenômenos grupais, Eleições, Fake newsResumo
Utilizando recursos discursivos violentos, Jair Messias Bolsonaro angariou mais de 57 milhões de votos nas eleições de 2018, reunindo seguidores com o apoio maciço de setores cristãos, sobretudo da vertente neopentecostal, em um pleito eleitoral marcado pelo uso de fake news. Dessa forma, o presente artigo teve como objetivo investigar os elementos psicossociais que corroboraram com a eleição do até então candidato à presidência, buscando ainda identificar relações causais que explicassem a significativa adesão de apoiadores. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizando, fundamentalmente, o texto de Freud intitulado Psicologia das Massas e Análise do Ego (publicado originalmente em 1921), no qual o autor oferece subsídios para se pensar os fenômenos grupais a partir da influência do líder, sobretudo através da identificação. Assim, verificou-se o papel dos algoritmos e a contribuição das redes sociais no processo eleitoral, no qual os adeptos de Bolsonaro, escorados em discursos hiper morais, estimularam a reprodução de ações que rompiam com os limites éticos e democráticos. A influência do líder ocasionou a homogeneização das subjetividades, que possibilitou o manejo do grupo e a adesão a ideais comuns entre os sujeitos, se configurando como o plano de fundo da conjuntura psicopolítica brasileira.