Os avanços tecnológicos no brincar da criança na atualidade

prejuízos e benefícios no seu modo de subjetivação

Abstract

Na época em que não existiam muitos brinquedos manufaturados, as formas de brincar eram bem mais livres, permeadas de imaginação e criatividade, acionando aspectos importantes para o desenvolvimento físico, emocional e intelectual de uma criança, além de lhe proporcionar uma rica convivência social com seus pares. Com os avanços da tecnologia, as crianças no século XXI, dependem amplamente dos brinquedos eletrônicos e tecnológicos para se divertir, proporcionando formas de brincar que devem interferir, certamente, na utilização de seus corpos nas brincadeiras, nos seus potenciais criativos e imaginativos, além de alterar a sua forma de se relacionar com os outros. Pensar sobre os pontos negativos e positivos destes avanços tecnológicos nas novas formas de brincar, que resultam em novos modos de subjetivação infantil, é o objetivo central deste trabalho. Para isto, recorreu-se à literatura científica que aborda tal temática, especificamente no campo da Psicologia do Desenvolvimento e da Psicanálise infantil. Além disso, em termos metodológicos, foram acrescidos alguns trechos de relatos de experiência de quatro profissionais de psicologia/psicanálise que trabalham no âmbito da clínica infantil, com o intuito de verificar como eles percebem e compreendem estes impactos na vida das crianças e dos seus familiares, fornecendo dados adicionais relativos a certas demandas que surgem neste âmbito, em torno desta temática. Concluiu-se que a tecnologia e os jogos eletrônicos, em si mesmos, não são prejudiciais ao desenvolvimento integral das crianças. Entretanto, o grande problema está no uso exagerado que se faz deles, promovendo uma dependência tecnológica, em decorrência de uma sociedade que estimula tal uso, bem como pela falta de limites dados pelos familiares.