O cirandar das crianças

oficinas de pais e crianças com distúrbios graves de comportamento e autismo

Abstract

Este relato descreve uma experiência realizada no CECOMFIRE, Centro Comunitário da FAFIRE, na Região Metropolitana do Recife, onde fica a Clínica do Social. Sabemos das dificuldades dos pais em aceitarem um filho com comprometimento ou uma síndrome. No caso do autismo, os pais se sentem impotentes e não sabem como lidar com essas questões. Partindo dessa premissa, este estudo priorizou discutir e aprimorar, na Clínica Psicanalítica, a possibilidade de um lugar para os pais, onde eles pudessem falar de seus filhos e de suas dores psíquicas e saber em que as crianças estavam sendo atendidas pelos profissionais num espaço em que poderiam brincar, interagir e, através das técnicas terapêuticas, expressar seus sentimentos, já que muitos não tinham fala verbal. As crianças foram acompanhadas com atendimento individual pelos profissionais estagiários das Pós-graduações em Psicanálise da FAFIRE. As oficinas foram realizadas simultaneamente com as crianças e os pais, em salas distintas. Foram grupos semanais com os pais e filhos, em salas alternadas, com duração de uma hora, reunidos mensalmente num grande grupo na mesma sala, onde os pais brincavam com seus filhos, mediados pelos profissionais que se mostravam disponíveis para incentivar a brincadeira.