A estranheza em seu próprio mundo
a busca pelo pertencimento na narrativa de Mia Couto
Palabras clave:
Identidade cultural, Mia Couto, RepresentaçãoResumen
Este trabalho busca analisar a representação das personagens no conto O embondeiro que sonhava pássaros, de A menina sem palavras (2013), de Mia Couto, à luz das teorias da identidade cultural na sociedade pós-moderna. Para isso, observa-se o passarinheiro - negro representante da ancestralidade moçambicana - como aquele que guarda as tradições para que o passado permaneça vivo no presente; e Thiago - criança branca filha de colonos - como a personagem a trazer a dualidade para a questão da identidade cultural, assumindo o papel de levar para o futuro as tradições, mas ao mesmo tempo trazer à tona a opressão e exclusão cultural do colonizador. O estudo apóia-se em estudiosos como Zygmunt Bauman (2005), Marshall Berman (2007), Homi K. Bhabha (1998) e Stuart Hall (2003, 2000), que discutem a significação do pertencimento e defendem a compreensão de culturas híbridas diante desse novo período da história humana.