Ao lado da ilusão mais tentadora
um breve estudo sobre a imaginação poética e o devaneio no conto Rútilo Nada, de Hilda Hilst
Palabras clave:
Devaneio, Narrativa, Hilda HilstResumen
Este artigo tem como propósito analisar o conto “Rútilo Nada”, da escritora paulistana Hilda Hilst, tomando como enfoque a linguagem poética. Além de apresentar a ótica metafísica da autora acerca da humanidade, presentificada nas figurações da sexualidade, do amor e da morte, os conflitos observados no enredo do conto questionam de maneira obstinada a visão limitada de um mundo hipócrita e, por isso mesmo, violento. A linguagem poética em “Rútilo Nada” se torna mensagem/informação de fácil absorção no caso de o leitor render-se à emotividade expressa pelas imagens do devaneio. Na escritura da autora, percebe-se que os meios para se chegar à íntima faceta do ser dos personagens narradores encontram-se no manuseio da linguagem, nos recursos explorados em um nível incomum e exigente, pois que requerem nossa cumplicidade em um pacto de adesão inconteste. Utilizamos, neste trabalho, como apoio teórico, os estudos sobre imaginação poética e devaneio presentes nos ensaios de Gaston Bachelard (1988), as premissas sobre os recursos da linguagem poética estabelecidas por Octavio Paz (2012), assim como o estudo sobre a poesia e a prosa feito por Cristóvão Tezza (2013) e as considerações de Jean-Paul Sartre (2015) sobre os meandros de elaboração estética da arte literária.