A influência da religiosidade no processo de envelhecimento e na consciência de finitude
Resumen
É sabido que, com o avançar dos anos de vida, o sujeito intensifica o seu diálogo interno com a morte, exigindo, muitas vezes, o trabalho psíquico de luto antecipado de si mesmo. A partir disso, o presente artigo tem como objetivo refletir sobre como a adesão às crenças religiosas/religiosidade, que comportam todo um arcabouço de ideias em torno da morte e pós-morte, podem auxiliar o idoso a lidar com a consciência de finitude e, consequentemente, com o atravessamento do processo de envelhecimento. Para isso, em termos metodológicos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, tomando como referenciais teóricos as abordagens psicológicas (fenomenologia-existencial e psicanálise), trazendo as suas visões sobre o enfrentamento de tais acontecimentos na vida dos idosos, além de conhecimentos acerca da forma como as diversas religiões (Cristianismo, Espiritismo, Budismo e Candomblé) encaram a morte e a vida pós-morte. No final, conclui-se que as vivências dessas questões, no tocante à finitude e ao processo de envelhecer, por parte do idoso, que se apoia e se ampara nas diversas crenças religiosas/religiosidade, podem ser permeadas de maior leveza, por promoverem a esperança de continuidade do seu existir após sua morte. Com isso, as crenças religiosas são colocadas como uma das possibilidades saudáveis no enfrentamento da velhice, tomada pelo idoso que tem a liberdade de escolher acreditar em uma dimensão maior do que ele consegue entender, propiciando-lhe uma visão menos ameaçadora e repulsiva da finitude.