Análise dos conceitos psicológicos e sociais associados à síndrome do burnout materno
Palavras-chave:
Maternidade. Feminino. Esgotamento mental. Solidão. Psicanálise. Psicologia social.Resumo
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre o fenômeno do burnout materno, uma síndrome contemporânea, que leva as mães ao esgotamento mental, em decorrência dos cuidados com os filhos. O foco deste trabalho recaiu, sobretudo, na compreensão das causas da exaustão materna frente à vivência da maternagem, bem
como entender as razões pelas quais as mães excedem seus limites e sofrem de forma silenciosa. A visão de que a
mulher deve suportar tudo em nome dos cuidados dos filhos é amplamente apoiada no discurso sociocultural.
Justamente por isso, as “mães-mulheres” sentem-se desautorizadas a demonstrarem socialmente seu sofrimento.
As bases metodológicas deste artigo deram-se através de levantamento bibliográfico a respeito de maternidade e
feminilidade, explorando estes conceitos na teoria psicanalítica, na socioantropologia e na psicologia social.
Também compõem este trabalho os resultados demonstrados em pesquisas qualitativas e estudos exploratórios
acerca do burnout materno. Os aspectos presentes no fenômeno em questão, como excesso de culpa, esgotamento
mental e desejos de serem mães perfeitas, revelam que as construções enraizadas no meio social elevam um
conceito equivocado de maternidade. Para tanto, faz-se necessário ampliar as discussões a partir de pesquisas sobre
a temática, com a finalidade de contribuir para que as mães possam compreender a importância dos seus desejos
enquanto mulheres, conscientes de seus limites e livres do fardo que permeia o imaginário social que estimula a
culpa.