Criação poética e apreensão do real: prospecções sobre a “violentação da forma” em Transposição (1969), de Orides Fontela
Palabras clave:
Criação poética. Real. Discurso poético. Orides Fontela.Resumen
Este trabalho tem como objetivo verificar de que forma o discurso poético de Orides Fontela apreende e transmuta o real ao longo do processo e como produto de criação poética. Utilizou-se, para tanto, alguns poemas presentes na sua obra inaugural Transposição (1969). Como aporte teórico, por sua vez, fez-se uma breve revisão das discussões sobre apreensão do real e criação poética (MOISÉS, 2001; PAZ, 1982) e de considerações acerca do discurso poético orideano presentes em Lavelle et al. (2019) e Castro (2015). A análise de tais poemas, portanto, confirma a hipótese de que, por meio de uma elaboração poética que foge da primeira pessoa, o discurso poético de Orides Fontela cria uma dicção com consequências semânticas que refletem a criação poética como um ato violento de ruptura com o real.